Tendências voltadas para a qualidade de vida podem ser adotadas pelo RH para gerar mais satisfação.
A gestão de pessoas é uma das partes mais importantes e desafiadoras no trabalho do setor de recursos humanos. Isso porque, as ações aplicadas pelo RH podem gerar impactos diretos na retenção de talentos, no ganho de proatividade e, consequentemente, no sucesso de uma empresa.
Por esse motivo, é fundamental que o setor esteja alinhado com as tendências corporativas e atento aos interesses de seus colaboradores para aplicar estratégias que possam gerar satisfação no ambiente de trabalho. Segundo pesquisas do segmento, o bem-estar é um aspecto que está sendo mais valorizado pelos funcionários, assim como uma relação empática e transparente com os gestores.
ATUALIZADO 2024
Ações e benefícios que possibilitem aos colaboradores mais qualidade de vida dentro e fora da empresa, como cartão refeição, podem ser adotados pelo RH para agregar bem-estar para a equipe como um todo.
Bem-estar como foco nas organizações
O bem-estar é um aspecto fundamental para a saúde, seja ela física ou mental, podendo impactar diferentes áreas da vida humana, incluindo a profissional. Sentir-se bem no ambiente de trabalho tem sido um ponto em questão para muitos colaboradores, mas nem sempre é visto da mesma forma pelos gestores.
De acordo com a pesquisa Well-Being at Work Survey, realizada pela Deloitte em colaboração com a empresa de pesquisa independente Workplace Intelligence, em junho de 2023, o bem-estar da força de trabalho está diminuindo e, no geral, os líderes não reconhecem isso.
Segundo o relatório, 64% e 65% dos entrevistados disseram, respectivamente, que o bem-estar físico e mental piorou ou permaneceu o mesmo do ano anterior. Entretanto, a percepção dos gestores sobre o assunto é bem diferente, pois mais de três em cada quatro acreditam que a saúde de seus funcionários melhorou significativamente.
A pesquisa revelou, ainda, que muitos trabalhadores sentem emoções negativas e fadiga enquanto trabalham. Eles citaram exaustão, estresse, solidão e raiva como as sensações mais comuns em suas rotinas.
Por fim, o estudo descobriu que a maioria dos colaboradores está motivada para alcançar o bem-estar, sendo que 84% visam buscar uma melhora na saúde mental, física e financeira como prioridade máxima até o final do ano de 2023. Além disso, 60% dos funcionários e 64% dos gerentes disseram pensar seriamente em pedir demissão ou trocar de emprego para uma empresa que oferece mais suporte e bem-estar.
A pesquisa demonstra a importância de ações organizacionais que proporcionem mais saúde e qualidade de vida para toda a equipe como uma medida de retenção de talentos e melhora na produtividade. Além disso, a falta dessas medidas também pode impactar negativamente no crescimento da empresa.
Segundo estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a falta de saúde mental nos trabalhadores gera perda no faturamento na ordem de R$ 397,2 bilhões ao ano, além de afetar na produtividade das organizações, reduzindo em 800 mil os empregos gerados.
Ações para proporcionar bem-estar
Uma das formas de maximizar o bem-estar dos funcionários e gerar qualidade de vida é por meio de benefícios. Essas ações são fáceis de serem implementadas e podem ser acompanhadas de incentivos para melhorias na saúde, como boa alimentação, prática de atividade física e cuidados com saúde emocional.
Um dos mais utilizados é o cartão refeição, que também é um dos mais valorizados pelos trabalhadores. De acordo com um estudo conduzido pela plataforma de vagas de emprego Catho, o vale-refeição é o quarto benefício mais estimado pelos funcionários, ficando atrás apenas do vale-transporte e da assistência médica.
Além dos benefícios, as empresas também podem promover palestras, workshops, gameficações, treinamentos internos e adotar modelos de trabalho flexível para proporcionar mais qualidade de vida.
Organizações que priorizam a saúde de seus colaboradores colhem mais engajamento, produtividade e satisfação no ambiente de trabalho, gerando impactos na entrega de resultados.
Lideranças humanizadas
Juntamente com o apreço pelo bem-estar, há outro aspecto que pode ajudar a melhorar o contentamento dos funcionários em uma empresa. As lideranças têm sido o foco para muitas análises, tornando-se pontos cruciais para o crescimento da organização e bem-estar de toda a equipe.
O estudo Top 5 Priorities for HR Leaders in 2023, conduzido pela Gartner, apontou que a eficácia do líder e do gestor é uma das principais prioridades para o planejamento estratégico do RH deste ano. A pesquisa mostrou também que as lideranças devem ser humanizadas, autênticas, empáticas e adaptativas.
O mercado de trabalho passou por algumas mudanças e, atualmente, necessita de gestores que vão além da imagem hierárquica de líder e funcionário, prezando pela relação humanizada com seus colaboradores. Para isso, eles precisam liderar as equipes com autenticidade, transparência e empatia.
Esse tipo de posicionamento ajuda a promover bem-estar nas organizações, uma vez que uma relação empática dá aos funcionários mais segurança e satisfação para fazer suas funções diárias no trabalho.
De acordo com a pesquisa, a liderança humanizada ainda é relativamente baixa, pois muitos gestores não consideram os obstáculos enfrentados pelos funcionários, que incluem suas próprias emoções de dúvida e incerteza. Esse posicionamento também pode promover uma melhora na qualidade de vida dos próprios líderes.
A pesquisa ressalta, por fim, a importância do RH no trabalho de impulsionar a visão de liderança nas organizações e afirma que, gradualmente, os líderes podem inspirar e ajudar outros gestores a entenderem o impacto desse posicionamento e mudarem o cenário atual nas empresas.
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